A edição deste ano do Santo António de Vila Verde ficou marcada por um ambiente aquém das expectativas, deixando um sentimento de desilusão entre comerciantes, visitantes e associações locais. Apesar de se tratar de uma das festas mais aguardadas da região, a programação não conseguiu atrair o público em massa nos primeiros dias, com as ruas do centro de Vila Verde a mostrarem-se pouco movimentadas — uma realidade que afetou negativamente os restaurantes, bares e vendedores presentes.

O desagrado foi notório logo no arranque das festividades, com muitos a apontarem o dedo à falta de investimento em artistas de renome nacional. A programação musical, pouco apelativa para o público mais jovem e para os visitantes de fora, levou à dispersão de pessoas para eventos noutras localidades. O after-party acabou por ser o espaço mais frequentado pelos jovens, mas nem aí a situação foi totalmente positiva.

As associações locais, que costumam montar as tradicionais “barracas” neste recinto, queixaram-se de concorrência desigual, alegando que os bares com maior capacidade de investimento — nomeadamente em pessoal especializado para servir bebidas — acabaram por dominar o negócio. Algumas destas associações estão mesmo a ponderar não regressar em futuras edições, alegando que os lucros não compensam o esforço e os custos envolvidos.

A exceção foi o domingo, que contou com a atuação dos “Quatro e Meia” e o tradicional espetáculo de fogo de artifício. Foi neste dia que se registou a maior afluência de pessoas, trazendo alguma animação ao centro da vila e um breve alento aos comerciantes.

Ainda assim, a sensação geral é de que o Santo António de Vila Verde precisa de uma renovação e de um reforço na aposta cultural e logística, se quiser voltar a ser uma referência regional nas festas populares.