A família de Luís Montenegro comprou dois apartamentos T1, que  se situam no mesmo edifício, na freguesia da Estrela, em Lisboa, em frente ao prédio onde vive o antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, na Travessa do Possolo. Um dos apartamentos foi adquirido por Luís Montenegro e a esposa, há cerca de três meses, a um cidadão chinês.

Foram adquiridos pela família de Luís Montenegro em menos de um ano, entre o fim de 2023 e de 2024, por 715 mil euros, avança o Correio da Manhã. Nas escrituras de compra e venda de ambos os apartamentos não existe referência a qualquer crédito bancário, o que significa que foram adquiridos a pronto pagamento.

Foram utilizadas várias contas bancárias para o efeito. Ora, de acordo com a lei n.º 52/2019, os titulares de cargos públicos só são obrigados a declarar à Entidade da Transparência fundos depositados em contas à ordem com valor superior a 50 salários mínimos nacionais: acima de 41 mil euros

“Hoje tivemos notícias perturbadoras em relação ao comportamento do primeiro-ministro, uma delas prende-se com a existência de várias contas bancárias abaixo do limite legalmente previsto para a declaração na entidade da transparência que o primeiro-ministro terá usado para pagar imóveis”, afirmou o líder do Chega, André Ventura, esta segunda-feira.

Em declarações aos jornalistas, Ventura compara Montenegro a Sócrates:  “não sei se Luís Montenegro é igual a José Sócrates, mas sei que utilizar várias contas bancárias abaixo do limite declarável à Entidade da Transparência [que são 41 mil euros] — para fazer pagamentos através destas contas, levanta pelo menos a suspeita gravíssima de ocultação de património”, afirma.

“Isto por parte dum primeiro-ministro é insustentável”, diz.

Para o líder do Chega, as várias suspeitas sobre o primeiro-ministro “adensaram-se ao longo das últimas semanas e não ficaram resolvidas com uma comunicação ao país”. Diz que Montenegro optou por “não resolver, nem esclarecer, nem responder às principais colocadas sobre o seu património e em relação às suas atividades”.

IL não votará favoravelmente a moção de censura do PCP

O presidente da Iniciativa Liberal adiantou esta segunda-feira que o partido não votará favoravelmente a moção de censura do PCP ao Governo, por divergências políticas, mas recusou-se a dizer se vai optar pelo voto contra ou pela abstenção.

“As razões fundamentais que o PCP apresenta não são aquelas que a Iniciativa Liberal subscreve. Não vou comunicar o sentido de voto, mas tenho uma certeza – porque quero discutir isso com o grupo parlamentar nas próximas horas -, seguramente que não votaremos a favor desta moção de censura, isso é um dado objetivo face ao conteúdo e face à divergência total que temos dessa fundamentação”, disse Rui Rocha.

O líder da IL, que falava aos jornalistas após dar uma aula de literacia financeira no Campus da Universidade do Minho, em Guimarães, distrito de Braga, alegou que a moção de censura do PCP, além das questões ligadas à conduta do primeiro-ministro no caso da empresa familiar Spinumviva, tem uma fundamentação política contrária àquela que o seu partido defende