O líder do Chega, André Ventura, afirmou hoje que a morte de uma mulher ventilada, ocorrida durante o apagão elétrico da passada segunda-feira, deveria resultar na demissão de membros do Governo, criticando o facto de o executivo ter garantido que não existiram vítimas.

Durante uma ação de campanha em Leiria, Ventura lembrou que tanto o primeiro-ministro como os ministros da Energia e do Ambiente, e da Presidência, afirmaram publicamente que o Governo respondeu eficazmente à crise energética e que não houve qualquer vítima.

Contudo, para o presidente do Chega, a existência de uma vítima contradiz diretamente essa versão: “Num outro país, esta situação já teria levado à demissão dos ministros responsáveis”, afirmou.

Ventura criticou ainda o alegado encobrimento por parte do Governo: “O INEM tinha conhecimento da vítima, a ministra da Saúde também deveria saber. Porque é que mais uma vez tentaram esconder isto da população?”, questionou, acusando o executivo de falta de transparência.

O político sublinhou ainda que, perante uma situação de emergência, deveria ter sido enviada de imediato uma mensagem a toda a população, mesmo que nem toda a informação estivesse ainda disponível.

Ventura aproveitou ainda para apontar falhas no sistema de comunicações de emergência SIRESP, afirmando que, apesar dos investimentos feitos ao longo dos anos — que, segundo ele, ultrapassam os 770 milhões de euros —, o sistema voltou a falhar num momento crítico. Mencionou, como exemplo, que os bombeiros de Mira tiveram uma quebra de 50% nas comunicações.

Entretanto, o Ministério da Saúde já anunciou que vai investigar o caso da morte de uma mulher de 77 anos, ventilada em casa, alegadamente falecida por falta de energia durante o apagão. A notícia foi avançada pela RTP, com base no testemunho da família da vítima.

De acordo com o Ministério da Saúde, o pedido de auditoria foi feito à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para apurar os factos.

O apagão energético afetou Portugal e Espanha na segunda-feira, a partir das 11h30, provocando diversos transtornos, como o encerramento de aeroportos, dificuldades nos transportes, congestionamentos nas cidades e escassez de combustíveis.