Um detido e quatro arguidos após buscas em associação lisboeta
A Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária realizou, hoje, a operação “Quid Pro Quo”, que investiga um esquema que lesou em milhões de euros a associação Ateneu Comercial de Lisboa, e que culminou com a constituição de quatro arguidos e a detenção do administrador de insolvência, por fortes suspeitas da prática dos crimes agravados de corrupção ativa e passiva, branqueamento e falsificação de documento.
O detido, juntamente com quatro outros arguidos, dois deles advogados, delinearam um plano criminoso que lhes permitiu a apropriação de património no valor de mais de 10 milhões de euros, pertença da associação cultural centenária.
O modus operandi consistiu no pedido de insolvência da referida associação, por dívidas que ascendiam a cerca de 500 mil euros. Trataram da aprovação de um plano de insolvência que pressupunha a liquidação desse passivo por parte de um “investidor” e na obtenção da propriedade de três imóveis, pertença da associação cultural, avaliados em 10 milhões de euros.
Em momento ulterior, e com vista à implementação de um projeto imobiliário, o “investidor” alienou os referidos imóveis a uma sociedade terceira, pelo valor de 8 milhões e 750 mil euros.
Após a alienação dos imóveis, o investidor dividiu com o seu advogado e com o administrador de insolvência um valor superior a 2 milhões e 800 mil euros, através da filha deste, mediante a celebração de falsos contratos de mútuo gratuito.
PJ apreende saldos bancários no valor de um milhão de euros
Com os ganhos da atividade ilícita foram adquiridos quatro imóveis, tendo a PJ procedido à sua apreensão, bem como à apreensão de saldos bancários no valor de um milhão de euros.