Além das críticas de Pedro Nuno Santos, também Mariana Mortágua acusou Chega de ser “único responsável” pela degradação do ambiente no parlamento. CDS fala em hipocrisia do PS.
O líder do PS indignou-se esta sexta-feira com o Chega que acusou de ser “um bando de delinquentes” que não respeita ninguém e trouxe “má educação e grosseria” ao parlamento, considerando que é preciso “dizer basta” a este partido.
Pedro Nuno Santos fez esta sexta-feira duras críticas ao partido de André Ventura na sequência do incidente com a deputada do PS Ana Sofia Antunes no plenário na quinta-feira, quando a deputada do Chega Diva Ribeiro acusou a socialista Ana Sofia Antunes, que é cega, de só conseguir “intervir em assuntos que, infelizmente, envolvem deficiência”, tendo depois sido relatados insultos dirigidos à bancada do PS como a palavra “aberração”.
“Eu já o disse uma vez e digo novamente. Nós temos um bando de delinquentes no parlamento que não respeitam ninguém, não respeitam os colegas de trabalho, não respeitam o parlamento, não respeitam os jornalistas, não respeitam quem lhes paga o salário que são os portugueses”, acusou.
Segundo o líder do PS, o Chega trouxe ao parlamento “má educação, má criação, grosseria”, referindo que, se “em qualquer emprego, quem passa os dias a insultar os seus colegas de trabalho o mais provável é ter um processo por despedimento ou mesmo um despedimento”.
“Temos por uma vez por todas de dizer basta ao Chega e quem votou no Chega e tem uma grande adesão à ideia do cumprimento da lei, das regras, da ordem, que fique a saber que os deputados que elegeu não têm o menor respeito nem pela ordem, nem pelas regras nem pela lei”, defendeu.
Pedro Nuno Santos considerou que há momentos em que se tem que afirmar a indignação.
“A indignação com um conjunto de deputados que não tem o menor respeito pela Assembleia da República e pelos portugueses que todos os dias lhe pagam os salários”, disse.
Mariana Mortágua acusa Chega de ser “único responsável” pela degradação do ambiente no parlamento
Já a coordenadora do BE defendeu que o Chega “é o único responsável” pela degradação do ambiente na Assembleia da República e que tal se deve a uma estratégia deliberada do partido de “banalizar a violência e o insulto”.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, Mariana Mortágua frisou que todos sabem a diferença “do que era a Assembleia da República antes, do que era o comportamento dos deputados antes, no plenário, do que era o ambiente que se vivia no debate democrático e daquilo que é hoje, da agressividade de hoje, da degradação do nível do debate de hoje”.
“Esta degradação tem um único responsável, é o Chega”, acusou.
Por outro lado, a deputada considerou que tal não se deve ao facto de os deputados do partido liderado por André Ventura poderem sem “mal criados, não terem maneiras” e nem sequer “ao cadastro que alguns desses deputados possam ter”.
“Há um princípio político e uma estratégia política que nós temos visto noutros países e que o Chega está a trazer para a democracia portuguesa. Todos os dias nós vemos no parlamento uma coisa que ontem pensávamos que não era aceitável, e todos os dias a fronteira do que é aceitável ou inaceitável se expande mais um pouco por ação do Chega”, criticou.
Para a líder do BE, “este tipo de iniciativas é deliberado, é estratégico e o seu objetivo é banalizar a violência”.
“O que o Chega está a dizer ao país e está a dizer aos seus apoiantes é que é aceitável insultar deputadas por serem negras, que é aceitável insultar deputadas por serem deficientes, que é aceitável insultar. E isto não é um problema de má formação, é um problema de estratégia política”, criticou.
Mariana Mortágua disse ter a certeza que, muitos dos que votaram no Chega, “têm vergonha destes comportamentos, têm vergonha desta banalização da violência, do insulto, do ódio e que hoje se arrependem de ter votado no Chega”.
“É obviamente a essas pessoas que queremos falar, queremos apelar, dizendo que o parlamento não é isto, isto é o Chega no parlamento, o parlamento é muito mais, muito melhor, com todos os seus defeitos e vícios e tudo, mas é muito melhor que isto”, afirmou.
CDS afirma que nem só o Chega insulta em plenário e acusa PS de hipocrisia
O CDS considerou que nem só o Chega profere apartes insultuosos em plenário, no parlamento, mas também as bancadas da “extrema-esquerda”, e acusou o PS de hipocrisia em matéria de degradação do debate político.
Perante os jornalistas, o líder parlamentar do CDS admitiu que da bancada do Chega são proferidos apartes de caráter insultuoso, mas rejeitou que o PS se possa agora assumir “como guardião da moralidade”.
“É uma hipocrisia”, sustentou o dirigente democrata-cristão e antigo secretário de Estado, contrapondo que o CDS, “enquanto partido fundador da democracia e que está no parlamento há 50 anos, tem a autoridade de pedir e de fazer um apelo para que os outros partidos elevem o nível” de debate na Assembleia da República.
“Certamente que também fazemos apartes, mas são apartes que estão dentro das regras de civilização e de urbanidade que devem acompanhar a natureza desses mesmos apartes. Fazemos um apelo para que as outras bancadas, não só a bancada do Chega, mas também outras bancadas à esquerda, cumpram os requisitos mínimos e dignifiquem as instituições, designadamente o parlamento”, salientou Paulo Núncio.
Paulo Núncio considerou que “em muitos casos os insultos provenientes das bancadas do Chega estão exatamente ao mesmo nível dos insultos e das calúnias que têm sido feitos por deputados das bancadas à esquerda”.
“Não estou a desculpar os apartes do Chega. Há muitos apartes que são feitos pela extrema-esquerda e que são feitos pelas bancadas do PS, que têm passado um pouco debaixo do tapete. As bancadas da esquerda não estão imunes aos ataques e às críticas que têm sido feitas”, acrescentou.
Em suma, de acordo com o líder parlamentar do CDS, a bancada do PS “também é culpada pelo nível muito baixo a que chegaram os trabalhos parlamentares”.
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