O Papa Francisco foi, sem dúvida, uma das pessoas mais influentes a nível mundial. Não tenho qualquer dúvida que foi, até agora, a principal figura do século XXI.

A sua vida pública conferiu-lhe um carisma difícil de igualar. Foi um papa consensual, carismático e inclusivo.

Foi também um político importante na vertente não partidária. Ser dono de uma visão progressista e universal do mundo apanhou todos de surpresa. Quebrou o habitual paradigma da religião, em especial da Igreja Católica.

O colocar o dedo na ferida em relação a muitos temas incómodos no seio da Igreja Católica também foi a sua marca.

Muito se poderia dizer sobre o Papa Francisco e daria até para escrever muitos livros. Destaco as palavras que proferiu precisamente em Portugal nas Jornadas da Juventude: “Na Igreja há espaço para TODOS, TODOS, TODOS!”

São palavras simples e até poderiam ser ocas. Mas com Francisco tinham todo o significado. Cada um dos “Todos” que proferiu tem um significado que poderemos traduzir, cada um à sua maneira.

“Todos, Todos, Todos” pode querer dizer todos os países, todas as raças e todas as religiões, mas também pode estar a referir-se a todas as ideologias políticas, todas as preferências clubísticas e todos os ativistas por uma causa. Podem ser todos os ricos, todos os pobres e todos os remediados. Pode incluir também todos os ateus e todos os agnósticos. Todos os héteros, todos os homossexuais e todas as variações ou preferências sexuais. Todos os carnívoros, todos os vegetarianos e todos os veganos.

“Todos, Todos, Todos” incluiu altos e baixos, gordos e magros, inteligentes e ignorantes, peludos e depilados. Inclui tatuados, com piercings e outros acessórios.

Enfim… A lista é imensa. O Papa Francisco com estas palavras deu a oportunidade de todos sermos iguais, carregando as suas diferenças físicas, psicológicas e culturais.

O legado do Papa Francisco não pode ser desprezado. A figura maior de uma Igreja com tantos senãos ter esta capacidade de abertura deve ser um fator impulsionador para que outros chefes políticos façam o mesmo.

Em democracia os estados devem refletir a vontade do povo.

Que sejamos um povo de boa vontade.