Opinião

Opinião. Júlia Fernandes, PSD: A candidatura cobarde

A campanha eleitoral em Vila Verde tem sido marcada pela ausência notória da candidata do PSD, Júlia Fernandes, de um espaço fundamental da democracia: o debate público.

Primeiro, recusou participar no debate que juntou os restantes candidatos à Câmara Municipal, fugindo a uma confrontação leal de ideias e projetos. Depois, ignorou o desafio direto lançado pelo candidato do Chega, Filipe Melo, para um debate a dois que permitiria aos vila-verdenses comparar propostas e lideranças de forma transparente.

Esta sucessão de faltas não pode ser vista de outra forma senão como um ato de cobardia política. Uma candidata que se diz preparada para liderar os destinos de um concelho não pode recear o escrutínio democrático nem esconder-se do confronto de visões sobre o futuro de Vila Verde.

Mais grave ainda é o ambiente digital que tem rodeado a sua candidatura. Perfis falsos e autênticos exércitos de “bots”, aparentemente ligados ao seu staff ou ao PSD local, têm invadido redes sociais e caixas de comentários em jornais de Vila Verde. A estratégia tem sido clara: lançar insultos, calúnias e difamações contra candidatos opositores e contra cidadãos que se atrevem a emitir opiniões desfavoráveis ao regime ditatorial instalado há 28 anos no concelho.

Este comportamento, para além de atentar contra a honra de pessoas e instituições, demonstra o esvaziamento ético da candidatura de Júlia Fernandes. Em vez de defender ideias, projetos e soluções para os problemas concretos da população, aposta-se na intimidação, no silêncio e na manipulação.

Os vila-verdenses merecem mais. Merecem um debate democrático aberto, limpo e transparente. Merecem candidatos que não fujam ao confronto, que respeitem a liberdade de opinião e que sejam capazes de dialogar de frente com a sociedade.

Ao transformar a sua campanha num refúgio de silêncio e ataques virtuais, Júlia Fernandes não só fragiliza a sua imagem, como também compromete a dignidade da democracia local.

PS. Neste momento, já existem duas queixas apresentadas às forças policiais do país (PJ e GNR) contra os responsáveis pelos “bots” que geram perfis falsos, utilizados para publicar comentários insultuosos, caluniosos e difamatórios contra outros candidatos e também contra cidadãos que escrevem artigos de opinião em jornais de Vila Verde.

Álvaro Rocha

Álvaro Rocha é Professor Universitário, Consultor e Empresário.

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