Moradores da Rua de Parada, em Barbudo, Vila Verde, denunciam uma realidade que consideram “indigna e inaceitável” e que se prolonga há vários anos: a ausência de condições básicas de habitação e segurança numa via onde residem principalmente pessoas idosas.
Segundo relatos de quem ali vive, como Maria Lopes, a rua permanece sem acesso à rede pública de água, sem saneamento básico e sem pavimentação. A água canalizada termina a cerca de 200 metros das habitações, levando os moradores — alguns com 70 ou mais anos e mobilidade reduzida — a depender de poços e fossas nos quintais para suprir necessidades essenciais.
A própria estrutura da rua representa um risco diário. Estreita e de acesso extremamente difícil, tem impedido a circulação normal de ambulâncias e veículos de emergência. Em fevereiro de 2024, uma ambulância do INEM não conseguiu entrar na rua para socorrer um residente com ferimentos graves, situação que obrigou à substituição do meio de socorro e atrasou o atendimento.
Maria Lopes afirma ter comunicado o problema várias vezes à Câmara Municipal de Vila Verde e à Junta de Freguesia de Vila Verde e Barbudo. Apesar das visitas ao local e das promessas recebidas, a população relata que “nada mudou”.
“Aqui, neste Natal, não há dignidade. Falamos de solidariedade e respeito pelos mais velhos, mas continuamos sem água, sem saneamento e sem acesso ao socorro”, lamenta a residente, que pede uma intervenção urgente das entidades competentes.
“Quem carrega o próprio balde com água, dá valor a cada copo de água”, desabafa a moradora, que afirma não querer mais palavras, mas obras que lhe devolva qualidade de vida e segurança.
