“A justiça tarda, mas não falha”
José Morais foi vereador na Câmara Municipal de Vila Verde pelo Partido Socialista entre 2013 e 2021.
Em fevereiro de 2021, José Morais anunciou a sua renúncia à candidatura às autárquicas, invocando razões políticas e pessoais, e desejando que se iniciasse um novo ciclo político em Vila Verde.
No mesmo período, a empresa da qual José Morais é sócio-gerente, foi alvo de investigações por alegado crime informático, relacionadas com acessos indevidos ao sistema da Comunidade Intermunicipal do Cávado (CIM Cávado). Hoje, ficou-se a saber que o Ministério Público (MP) arquivou a queixa, sem constituir qualquer arguido.
Em comunicado enviado ao VOX, José Morais diz que o MP “decidiu arquivar uma queixa-crime apresentada pela Comunidade Intermunicipal do Cávado há cerca de quatro anos contra mim e contra a minha empresa. A queixa alegava que a minha empresa teria feito interceção ilegítima de dados do sistema informático da CIM. O resultado não poderia ser diferente daquele que aconteceu: O arquivamento total da queixa pelo Ministério Público.”
Afirma: “nunca fui constituído arguido e a questão era tão clara que nem sequer fui ouvido neste processo. A justiça funcionou, como sempre acreditei que funcionaria.”
“Incompetência ou perseguição política?”, questiona Morais
No mesmo comunicado, o antigo vereador socialista diz que se questiona “por que razão é que a CIM apresentou esta queixa. Só encontro duas explicações possíveis: ou incompetência, ou perseguição política. Quero acreditar que neste caso em concreto se tratou apenas de incompetência.”
Relembra o socialista que na altura da queixa “era vereador da oposição na Câmara de Vila Verde eleito pelo PS e o Secretário Executivo da CIM, Rafael Amorim, que apresentou a queixa ao Ministério Público, nas eleições autárquicas tinha sido o candidato pelo PSD à Câmara de Gondomar, onde perdeu copiosamente.”
Rafael Amorim acabou por ser nomeado para Secretário Intermunicipal da CIM do Cávado.
Morais reforça que na ocasião desta queixa, António Vilela, na altura presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, ser o vice-presidente da CIM.”
Deixa ainda o desabafo no ar: “esta queixa mais pareceu perseguição política“.
“Cabalas, acusações e insinuações, todas desmontadas”, diz Morais
“Muitas outras calúnias que foram levantadas contra mim enquanto eu era vereador da oposição tinham um objetivo claro: intimidar-me e desacreditar-me politicamente, tentando atingir o meu caráter. Foi criada uma campanha difamatória contra mim e contra a minha família. O tempo desmontou tudo”, afirma.
Foi ameaçado de morte
Morais relembra que a família também sofreu com os ataques que lhe eram dirigidos: “nessa altura, eu e a minha família sofremos imensas acusações e insinuações. Inventaram-se cabalas que eram difundidas através de uma rede comunicacional bem orquestrada que me tentou desacreditar. Até fui ameaçado de morte e os meus familiares foram enxovalhados.”
Indemnização será totalmente para os Bombeiros de Vila Verde
Para José Morais, é claro que esta queixa trouxe “danos reputacionais” para si e para a a sua empresa. Nesse contexto, está “nas mãos” no seu advogado se irá avançar com processo contra a CIM Cávado. Se houver lugar a indemnização, “a verba será integralmente doada aos Bombeiros Voluntários de Vila Verde”, garante.
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Comunicado na íntegra:
A justiça tarda, mas não falha.
Ministério público arquiva queixa com quatro anos
O Ministério Público decidiu arquivar uma queixa-crime apresentada pela Comunidade Intermunicipal do Cávado há cerca de quatro anos contra mim e contra a minha empresa. A queixa alegava que a minha empresa teria feito interceção ilegítima de dados do sistema informático da CIM.
O resultado não poderia ser diferente daquele que aconteceu: O arquivamento total da queixa pelo Ministério Público.
Nunca fui constituído arguido e a questão era tão clara que nem sequer fui ouvido neste processo.
A justiça funcionou, como sempre acreditei que funcionaria.
Incompetência ou perseguição política?
Ainda hoje me pergunto por que razão é que a CIM apresentou esta queixa. Só encontro duas explicações possíveis: ou incompetência, ou perseguição política. Quero acreditar que neste caso em concreto se tratou apenas de incompetência.
Nessa altura eu era vereador da oposição na Câmara de Vila Verde eleito pelo PS e o Secretário Executivo da CIM, Rafael Amorim, que apresentou a queixa ao Ministério Público, nas eleições autárquicas tinha sido o candidato pelo PSD à Câmara de Gondomar, onde perdeu copiosamente e depois, politicamente, acabou por ter um prémio: a nomeação política para Secretário Intermunicipal da CIM do Cávado.
Outra coincidência é o facto de na ocasião desta queixa, António Vilela ser o vice-presidente da CIM.
Quero acreditar que tudo isto são meras coincidências e que houve um erro de apreciação da situação, mas que esta queixa mais pareceu perseguição política, lá isso pareceu!
Cabalas, acusações e insinuações, todas desmontadas
Muitas outras calúnias que foram levantadas contra mim enquanto eu era vereador da oposição tinham um objetivo claro: intimidar-me e desacreditar-me politicamente, tentando atingir o meu caráter. Foi criada uma campanha difamatória contra mim e contra a minha família. O tempo desmontou tudo.
Enquanto vereador do partido socialista fiz uma oposição firme, determinada, sustentada em factos, mas sempre construtiva. Muitas vezes fui até contra o meu próprio partido, o que também desagradou a alguns. Contudo, para mim, os interesses de Vila Verde e dos Vilaverdenses estiveram, e têm de estar sempre, à frente dos interesses pessoais e dos interesses partidários.
Nessa altura, eu e a minha família sofremos imensas acusações e insinuações. Inventaram-se cabalas que eram difundidas através de uma rede comunicacional bem orquestrada que me tentou desacreditar. Até fui ameaçado de morte e os meus familiares foram enxovalhados.
Nunca prestei vassalagem a ninguém. Nunca temi ninguém. Não tinha, como não tenho, rabos de palha. Era, sou e sempre serei sempre um homem livre.
Os que me tentaram intimidar e tentaram arrastar-me para lama foram sempre derrotados na justiça.
Afastado da política e em silêncio há quatro anos
Há quatro anos afastei-me da política e assim pretendo continuar. Nunca mais falei publicamente e nunca mais participei em atividades políticas. Estou em silêncio há quatro anos e depois deste esclarecimento assim pretendo continuar.
Abro agora uma exceção e tomo esta posição pública apenas para repor a verdade e o bom nome da minha empresa e de todos aqueles que nela trabalham. E também porque não abdico da minha honra, da minha dignidade e do meu bom nome.
Nunca ganhei um salário pela atividade política e é do trabalho honesto e honrado que ganho a minha vida. É esse exemplo que quero que os meus filhos tenham.
Indemnização será totalmente para os Bombeiros de Vila Verde
A queixa feita pela CIM do Cávado foi agora arquivada. Todavia, houve danos reputacionais para mim e para a minha empresa. Processar ou não os responsáveis pela situação, está nas mãos do meu advogado que decidirá o que fazer a partir daqui.
Que fique claro: não quero receber um tostão deste processo. Se alguém for condenado a pagar-me indemnizações a verba será integralmente doada aos Bombeiros Voluntários de Vila Verde.
Jamais faria isto por uma questão de dinheiro, mas sim por uma questão de honra e em nome de todos os que não têm como enfrentar os poderosos desta vida.