Dois anos após o início da contestação popular à construção de um complexo desportivo na Rua Luís Soares Barbosa, em Braga, os moradores denunciam o abandono da obra e um cenário de degradação no local. A construção do ginásio da cadeia Supera está atualmente parada, com as máquinas retiradas, os contentores esvaziados e o terreno transformado num buraco instável, com acumulação de lama e água.
“A tão falada obra está parada — alguém sabe porquê?”, questionam os residentes, que desde o início têm alertado para os riscos da intervenção numa zona que consideram ser de elevado valor ambiental e com características geológicas sensíveis.
Segundo os moradores, a presença constante de água no terreno comprova as advertências feitas desde o início. “Não são apenas águas pluviais, como quiseram fazer crer. Basta olhar para o local, analisar os dados e os mapas com seriedade e imparcialidade”, afirmam. “Até ao final do verão, este buraco vai estar cheio de água — assim terão a piscina que o Executivo e a Assembleia Municipal quiseram”, ironizam.
A crítica estende-se aos decisores políticos, apontando a falta de visão e responsabilidade por parte dos membros do Executivo Municipal e da Assembleia. “Muitos eleitos optaram por minimizar a nossa posição, tratando-nos como se estivéssemos a fazer uma birra. Mas nós vivemos aqui há mais de 30 anos e sabemos bem o que se passa neste terreno”, sublinham.
O projeto da construção do ginásio tem sido contestado por vários residentes, que desde o início manifestaram preocupações com o impacto ambiental, a destruição de uma área verde e o alegado desrespeito pelas características do solo.
Agora, com a obra paralisada e sem explicações públicas, os moradores pedem esclarecimentos e alertam para o cenário de abandono: “Os bracarenses estão a assistir a decisões tomadas à margem da realidade e ao desleixo no tratamento do espaço público. A nossa cidade merece muito melhor.”