O Ministério Público (MP) continua a aguardar o envio de documentação adicional solicitada a Luís Montenegro no âmbito da averiguação preventiva relacionada com a empresa Spinumviva, confirmou esta segunda-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em resposta escrita enviada à agência Lusa, a PGR explicou que foram requeridos elementos complementares no contexto de duas averiguações preventivas em curso: uma envolvendo o primeiro-ministro e a empresa ligada à sua família, e outra referente ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, relacionada com a compra de um imóvel em Lisboa – caso que já tinha sido alvo de escrutínio público há mais de um ano e que voltou recentemente à agenda mediática.
“As averiguações preventivas mantêm-se em curso, estando o Ministério Público a aguardar resposta aos pedidos efetuados”, indicou a Procuradoria. Ambas as averiguações estão a ser conduzidas pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Na passada segunda-feira, o procurador-geral da República, Amadeu Guerra, comentou publicamente apenas o caso de Pedro Nuno Santos, referindo que este será analisado novamente nos próximos dias. Já sobre a averiguação que envolve Luís Montenegro, cujos contornos se tornaram públicos em março deste ano, não foram adiantados mais detalhes.
Na altura, Amadeu Guerra revelou que tinham sido recebidas três queixas relacionadas com a Spinumviva, uma empresa pertencente à família do primeiro-ministro. O objetivo da averiguação preventiva, sublinhou, é determinar se existem fundamentos para a abertura formal de um inquérito, baseando-se em informações públicas e documentos requisitados às partes envolvidas.
Recorde-se que o caso Spinumviva teve fortes repercussões políticas: levou o Governo a apresentar uma moção de confiança no Parlamento, que acabou por ser rejeitada, precipitando eleições legislativas antecipadas realizadas no passado domingo.