A Polícia Judiciária (PJ) está a realizar, esta quinta-feira, uma grande operação de buscas em Braga, Porto e Lisboa, abrangendo o Banco de Portugal e várias entidades estatais, como a Secretaria-Geral do Ministério da Justiça. A ação faz parte de um inquérito sobre suspeitas de favorecimento na adjudicação de contratos na área da informática.

A investigação centra-se em possíveis irregularidades em contratos públicos, envolvendo um montante estimado em 17 milhões de euros.

Em comunicado, a PJ informou que as diligências decorrem em várias localizações, incluindo residências, escritórios de contabilidade, sedes de empresas, institutos públicos e outros serviços do Estado.

A operação mobiliza dois juízes de instrução, três magistrados do Ministério Público, cerca de 250 inspetores da PJ e 50 peritos da polícia científica. Até ao momento, não estão previstas detenções.

Segundo o Jornal de Notícias, os inspetores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção estão também a recolher documentos e material informático no Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça, no âmbito da investigação sobre contratos públicos.

O processo apura indícios de desvio de fundos europeus, alegadamente usados para beneficiar empresas do setor da informática, que também estão a ser alvo de buscas.

Os crimes em investigação incluem participação económica em negócio, acesso ilegítimo com violação de confidencialidade, abuso de poder, corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, falsidade informática, fraude na obtenção de subsídios, fraude fiscal qualificada, tráfico de influência, associação criminosa e branqueamento de capitais.

A operação é conduzida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal e pela PJ, contando ainda com o envolvimento da Procuradoria Europeia.