O líder do PS em Braga anunciou que vai abandonar o cargo, manifestando desagrado pela decisão do partido de não apoiar a sua recandidatura à presidência da Câmara de Vizela, na sequência de notícias que relatam alegadas agressões de Victor Hugo Salgado à sua esposa.

Sublinhando que não foi ouvido nem acusado em qualquer processo judicial, o autarca considera que o Partido Socialista se precipitou ao afastar o apoio à sua candidatura nas próximas eleições autárquicas, uma decisão que diz lamentar profundamente.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o PS declarou “a sua firme condenação de qualquer forma de violência doméstica” e expressou “séria preocupação com as informações divulgadas” sobre o presidente da Câmara de Vizela, que também lidera a Federação Distrital de Braga do PS.

De acordo com essa mesma nota, “o secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, pediu a Victor Hugo Salgado que deixasse a presidência da Federação de Braga” e comunicou que o partido não o apoiará na corrida à presidência da autarquia de Vizela.

Victor Hugo Salgado afirmou que já tinha expressado anteriormente ao secretário-geral a intenção de se afastar da liderança da Federação Distrital, bem como de outros cargos no partido, para não comprometer o processo das eleições legislativas.

Relativamente às acusações, o autarca declarou que “não tem conhecimento da existência de qualquer processo judicial” e rejeita o que considera ser um “julgamento público antecipado”.

A reação surge na sequência de uma investigação jornalística do Observador, que avançou que Victor Hugo Salgado está a ser alvo de um inquérito por suspeitas de violência doméstica. O jornal indicou ainda que a Procuradoria-Geral da República e a GNR confirmaram a existência do processo.

“Não fui constituído arguido e estou totalmente disponível para prestar declarações a qualquer entidade judicial”, assegurou hoje o presidente da Câmara de Vizela.

No comunicado enviado à imprensa, não ficou esclarecido se pretende manter a candidatura à presidência do município, mesmo sem o apoio do PS. A agência Lusa tentou obter declarações do autarca, sem sucesso.

Salgado defende ainda que as notícias sobre o alegado caso de violência doméstica “surgem com base em emails anónimos, usados para tentar instrumentalizar a sua vida pessoal com objetivos políticos”.

“Este tipo de exposição pública tem um impacto muito negativo na vida e no desenvolvimento emocional dos meus filhos”, concluiu.