O presidente do Chega, André Ventura, rejeitou a ideia de remover os cartazes do partido em que Luís Montenegro aparece ao lado de José Sócrates, associado ao tema da corrupção. Ventura também acusou o primeiro-ministro de lidar mal com a democracia.

“Este PSD e este primeiro-ministro têm sido grandes símbolos, tal como José Sócrates, da degradação do sistema. Por isso, não, nós não vamos retirar os nossos cartazes que mostram claramente que o sistema está apodrecido e corrupto”, declarou Ventura.

O líder do Chega classificou como “inédito” qualquer possibilidade de um tribunal ordenar a remoção de cartazes de um partido político.

Estas declarações foram feitas em Queluz, no concelho de Sintra, minutos depois de António Costa, o primeiro-ministro, confirmar que apresentou uma providência cautelar para exigir a retirada dos cartazes onde aparece associado a José Sócrates e à corrupção. Ventura mencionou que, até aquele momento, não havia sido notificado de nenhuma ação judicial contra si ou contra o partido.

“Eu não sei o que a justiça vai decidir. Como sempre, estamos disponíveis para responder no prazo e da forma que for necessária. Mas é grave, porque qual será o próximo passo? Pedirem-nos para apagar publicações no Facebook e no Instagram? Tentarem controlar as nossas redes sociais? Decidirem o que podemos incluir nos folhetos do partido?”, questionou.

Ventura acusou tanto o primeiro-ministro quanto o líder do PSD de “não saberem lidar com a democracia e a liberdade”. Ele também reforçou sua opinião de que Luís Montenegro representa “o símbolo do sistema de corrupção”, explicando que isso não se deve apenas a ações diretas, mas também a sua ligação com terceiros.

O líder do Chega afirmou ter tomado conhecimento da ação judicial pelas notícias. “Respeito que o primeiro-ministro use os meios judiciais disponíveis, mas politicamente não respeito essa atitude. Isso demonstra que ele não aceita bem a liberdade de expressão nem a divergência de opinião”, concluiu Ventura.