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Chega destrona AD e PS: Ventura no topo das intenções de voto

O Chega, liderado por André Ventura, surge pela primeira vez como o partido mais bem posicionado nas intenções de voto nacionais. Segundo o barómetro Aximage para o Diário de Notícias, divulgado esta sexta-feira, o partido atinge os 26,8%, ligeiramente à frente da Aliança Democrática (25,9%) e do PS (23,6%). O salto é significativo: mais quatro pontos face às legislativas de março e oito pontos acima do estudo de maio.

A sondagem decorreu entre 2 e 5 de setembro, contou com 570 entrevistas e apresenta uma margem de erro de 4,1%. Apesar de os números colocarem os três partidos em empate técnico, o destaque inédito do Chega marca um ponto de viragem no equilíbrio político.

Os dados mostram que o crescimento de Ventura não se limitou a um reduto específico. Em Lisboa e arredores, o partido alcançou 31,9% das preferências, enquanto no Porto ficou mais atrás, com 19,5%. A diferença entre homens e mulheres, tradicionalmente ampla, encolheu: 29,3% dos eleitores masculinos e 24,2% das eleitoras declararam intenção de voto no Chega. Entre pessoas com mais de 50 anos e rendimentos mais elevados, o apoio duplicou desde maio.

A AD, que perde quase seis pontos face às legislativas, mantém zonas de resistência. Continua à frente no voto feminino (27,6%), entre os mais ricos (28,8%) e no grupo etário dos 50 aos 64 anos (33%). Porto e Centro permanecem bastiões sólidos, com 33,1% e 32,1%, respetivamente.

O PS, ligeiramente acima do resultado de março, sustenta-se sobretudo nos mais velhos: 37,4% dos inquiridos com 65 anos ou mais mantêm preferência pelos socialistas. O partido lidera ainda no Sul e nas ilhas (34,5%) e conserva vantagem sobre a AD na Grande Lisboa (23,9% contra 22,2%), mas ambos ficaram distantes do Chega.

Entre os partidos mais pequenos, o Livre (6,5%) e a Iniciativa Liberal (6,2%) disputam a quarta posição, enquanto CDU (3,1%), Bloco de Esquerda (2,4%) e PAN (1,7%) fecham a lista.

Os números deixam antever um cenário político mais fragmentado e imprevisível. Um avanço sustentado do Chega poderá redefinir alianças e estratégias nos próximos meses, colocando pressão adicional sobre a AD e o PS para travar a perda de terreno.

Paulo Moreira Mesquita

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