O presidente do Partido Socialista, Carlos César, defendeu esta sexta-feira a viabilização do Governo da Aliança Democrática (AD) e anunciou a realização de eleições internas para o cargo de secretário-geral nos dias 27 e 28 de junho. As candidaturas poderão ser apresentadas até 12 de junho.
Carlos César, que assumirá interinamente a liderança do partido até essa data, marcou presença na reunião da Comissão Nacional do PS, onde destacou como prioridade a reposição da normalidade institucional, considerando-a essencial para reforçar a legitimidade do partido. Após a eleição do novo secretário-geral, os restantes órgãos do PS, como os delegados, deverão ser eleitos apenas depois das eleições autárquicas, previstas para o final do verão.
O atual presidente socialista reiterou a necessidade de uma escolha célere do novo líder para garantir uma preparação eficaz para as autárquicas. Sublinhou ainda que o partido deve encetar uma reflexão profunda sobre os resultados das últimas legislativas, que classificou como negativos, e repensar a sua intervenção política e social junto do eleitorado.
Entre os potenciais candidatos à sucessão de Pedro Nuno Santos, destaca-se José Luís Carneiro, que já concorreu à liderança socialista nas últimas diretas. No entanto, poderá não ser o único interessado. Miguel Prata Roque, que recentemente disputou (sem sucesso) a liderança da federação de Lisboa com Carla Tavares, tem-se manifestado crítico da direção atual, apontando uma falta de abertura ao debate interno.
Questionado sobre a posição do PS quanto à viabilização do novo Governo, Carlos César afirmou que o partido adotará a mesma postura da legislatura anterior, permitindo a formação do Executivo da AD. Relativamente ao Orçamento de Estado, indicou que essa será uma decisão do futuro secretário-geral.
Durante este período de transição, Carlos César representará o PS nas audiências com o Presidente da República, em Belém.