A Assembleia Municipal aprovou, na última sessão, o maior orçamento municipal alguma vez apresentado, no valor de 75 milhões de euros, com os votos favoráveis da maioria PSD. O PS e o Chega votaram contra, enquanto a Iniciativa Liberal e o movimento independente CDS-PP / Nós Cidadãos optaram pela abstenção. A reunião ficou marcada por um clima de forte tensão, sobretudo em torno da discussão dos tempos de intervenção dos partidos e dos membros do órgão deliberativo.

O momento mais conturbado da noite surgiu logo no início, após a intervenção do presidente da Junta de Freguesia de Atiães, Samuel Estrada, que contestou o funcionamento do regimento e denunciou aquilo que considerou ser uma limitação da pluralidade e do debate democrático. A situação gerou um intenso confronto político e levou o presidente da Assembleia Municipal, Carlos Arantes, a anunciar a criação de uma comissão para analisar possíveis alterações ao regimento, decisão que foi igualmente contestada por Samuel Estrada, que considera o procedimento ilegal e anunciou a intenção de recorrer.

Perante o clima de agitação, a sessão chegou a ser suspensa

Perante o clima de agitação, a sessão chegou a ser suspensa, permitindo nova reunião da comissão permanente. Deste processo resultou a decisão de recuar na proposta inicial e apresentar apenas alterações relativas aos tempos de intervenção e à composição da comissão permanente. De acordo com a proposta, o PSD passaria a dispor de 31 minutos de intervenção, o Chega de nove, o PS de oito e a IL, o CDS-PP / Nós Cidadãos e os presidentes de junta independentes de quatro minutos cada. Quanto à comissão permanente, a distribuição seria de oito membros do PSD, dois do Chega, dois do PS, um do CDS-PP / Nós Cidadãos e um da Iniciativa Liberal.

A oposição manteve as críticas. O PS sublinhou que não se opõe a mudanças no regimento em si, mas rejeita os tempos de intervenção propostos. Já o Chega admitiu ter incentivado o avanço das alterações, reconhecendo, contudo, que o processo não teve o desfecho esperado.

Com grande parte da sessão consumida por esta polémica, restou pouco mais de uma hora para a análise do ponto central da ordem de trabalhos: o Orçamento Municipal e as Grandes Opções do Plano para o período 2026-2030. O documento foi aprovado com os votos da maioria social-democrata, mas mereceu reparos de todas as bancadas da oposição.