O Bloco de Esquerda (BE) vive um momento delicado em Vila Verde, onde está na iminência de perder a sua representação na Assembleia Municipal. Ainda assim, Ricardo Cerqueira, candidato à Câmara, reforçou este fim de semana a defesa de “um aumento urgente da habitação pública” no concelho, lembrando que existem apenas 23 fogos municipais disponíveis.
Num encontro realizado na Biblioteca Municipal, que contou com a presença de Francisco Louçã e de Micaela Gomes, candidata à Assembleia Municipal, o BE apontou o dedo à gestão da maioria, acusando o executivo de “orçamentar valores claramente insuficientes, que muitas vezes nem chegam a ser executados”.
Para Ricardo Cerqueira, a falta de investimento traduz-se numa crise habitacional agravada e em rendimentos “um quinto abaixo da média da CIM do Cávado”. O candidato defendeu ainda a atribuição automática da tarifa social da água, salientando que, enquanto a eletricidade já apoia mais de três mil agregados, a água chega apenas a 28 famílias.
Francisco Louçã, presença habitual em Vila Verde nas campanhas bloquistas, acrescentou o trânsito diário como “um dos maiores problemas locais”, alargando depois o debate à situação internacional, nomeadamente à crise em Gaza e à Flotilha Humanitária.
Apesar do risco político real de perder assento na Assembleia Municipal, o BE procura manter-se como voz crítica em Vila Verde, apostando em propostas ligadas ao bem-estar das famílias, à habitação e à sustentabilidade.